Historicamente, a indústria automobilística possui um expressivo peso na economia e no desenvolvimento do país. Seja pela sua capacidade de criar demanda para uma grande cadeia de indústrias paralelas ou para gerar empregos, as montadoras sempre foram um segmento bastante valorizado no Brasil e no mundo.  

Após o início da pandemia, assim como diversos outros setores, a indústria que fabrica automóveis também sentiu o grande impacto causado pela paralisação causada pelo Coronavírus. 

Quase dois anos se passaram deste o início da crise sanitária que afetou o mundo, e agora o setor enxerga a chance de retomar a produção com volumes próximos de anos anteriores. 

Neste conteúdo vamos atualizar você sobre o mercado, para entender a importância da indústria automobilística na economia. Acompanhe! 

Desafios enfrentados pelo setor 

Um dos principais motivos que fizeram o setor automobilístico balançar durante a paralisação devido a pandemia, é a crise dos semicondutores, mais conhecida por “crise dos chips”.  

O resultado foi a escassez de carros zero no mercado e a paralisação de diversas montadoras, que realizou demissões em massa ou até mesmo fecharam suas portas no país, como recentemente fizeram a GM, Toyota, Volkswagen e Hyundai. 

Os semicondutores são extremamente indispensáveis. Quase não existem mais funções que não dependa deles. Por isso, a crise dos chips afeta tanto a efetividade do setor. 

Segundo o CEO da Intel, Pat Gelsinger, em uma entrevista ao site CNBC, a crise dos chips ainda poderá ser sentida ao menos até 2023, quando poderá ser atingido o equilíbrio entre a alta demanda de processadores e a dificuldade dos fabricantes em entregar todas as encomendas. 

Porém, em entrevistas e conferências anteriores, outros representantes de empresas do ramo também indicaram quando a atual escassez pode dar uma trégua. Ela acaba ainda no final de 2021, segundo o CEO da Qualcomm, ou ainda impactar o mercado em 2022, como apontou a NVIDIA. 

O setor automotivo no Brasil 

Em 2020, apesar de toda a crise causada pelo Coronavírus, o setor automotivo representou uma fatia aproximada de 22% do PIB industrial brasileiro. 

Seu poder de influência sobre a economia não representa apenas o fato de ser diretamente responsável por uma parcela tão relevante da indústria, mas também por sua ligação com diversos outros setores industriais, como setores de aços e derivados, materiais eletrônicos e de artigos de borracha e plástico, por exemplo. 

Por falar em setor de aço, o Ministério da Economia o considera como um ‘subsetor’ da cadeia automotiva, sobretudo no âmbito das autopeças, já que é responsável pela fabricação de insumos indispensáveis para a produção de automóveis. 

Portanto, basicamente isto significa que quanto melhor anda o setor automotivo, maior a demanda e o sucesso do setor de aço – segmento pertencente ao que é chamado de “indústria de transformação”. 

Segundo a Confederação Nacional da Indústria, a indústria de transformação é que mais investe em inovação, com 69% do investimento empresarial em pesquisas e desenvolvimento no Brasil.  

Além disso, a indústria de transformação é um dos maiores geradores de empregos e de novas perspectivas ao mercado.

 

A ligação direta entre a pesquisa e o desenvolvimento 

Quem atua no setor industrial automobilístico sabe que um alto padrão tecnológico é exigido em todos as etapas do processo de produção, por isso as montadoras de veículos têm também ligação direta em áreas como pesquisa e desenvolvimento e investem pesado em máquinas, equipamentos e montagem da infraestrutura de produção, para se tornarem cada vez mais eficientes e tecnológicas. 

A indústria 4.0 automobilística  

O termo “indústria 4.0” é usado para designar um novo pensamento tecnológico, apresentado pela primeira vez no ano de 2011. A expressão valoriza a informação em prol da modernização do processo de manufatura, promovendo o conceito de fábricas sustentáveis e inteligentes. 

Por conta destas inovações, o conceito de indústria 4.0 propõe mudanças expressivas nos processos e modelos fabris. Deste modo, a ideia é que as indústrias possam aproveitar toda a capacidade tecnológica disponível, para chegar cada vez mais perto do futuro.   

A indústria automobilística por sua vez, é protagonista nesta revolução e está, cada vez mais, investindo e adaptando sua produção, para que se torne cada vez mais inteligente e tecnológica. Ou seja, mais do que repensar veículos e adicionar novos recursos à produção, o setor está repaginando todo o seu modelo de negócios. 

Já ouviu falar do programa Rota 2030? 

O Rota 2030 é um programa governamental, aprovado em 2018, que propõe incentivos fiscais ao setor automotivo. 

Basicamente, o programa estipula regras para a produção de automóveis nos próximos 15 anos, período dividido em três fases de cinco anos cada, onde os fabricantes deverão investir 0,8% de seu faturamento (número que deve atingir 1,22% em 2022) em pesquisas tecnológicas realizadas em solo brasileiro. 

Caso a meta seja alcançada, a indústria terá a oportunidade de abater até 12% do valor em imposto de renda. O governo irá conceder até R$ 1,5 bilhão por ano de crédito tributário se a indústria automotiva investir ao menos R$ 5 bilhões anualmente em pesquisa. 

Considerado um regime estruturante, o programa garante uma previsibilidade que dá base para o desenvolvimento de diversos projetos econômicos, além de assegurar modelos mais inovadores, seguros e sustentáveis, com padrão de qualidade global. 

Outros pontos abordados no programa são eficiência energética, com incremento de 11% nos veículos até 2022, e a incorporação de tecnologias assistivas que possam aumentar a segurança veicular. 

Ainda, o Rota 2030 deve estimular o desenvolvimento de mais soluções de mobilidade e capacitação profissional.

 

Como pudemos ver, a indústria automobilística assume um importantíssimo papel dentro da economia do país, fazendo parte de uma grande fatia no PIB brasileiro, devido à sua capacidade de criar demanda para uma outra vasta cadeia de indústrias paralelas e também por gerar milhares de empregos. 

Infelizmente, o setor enfrenta certas dificuldades devido à crise sanitária do Coronavírus, porém, como vimos, a aposta para os próximos períodos é de normalização e retorno do crescimento. 

Esperamos que este conteúdo da Bovenau tenha sido válido para você e tenha lhe ajudado a ter uma boa perspectiva da importância do setor. Até a próxima!